sábado, 22 de dezembro de 2007

Verborreia Alternativa II*

Sou assombrado por imagens de homens e mulheres nus, esquartejados uns em cima uns dos outros.
Tenho vontade de matar. QUERO MATAR.
Quero matar o meu pai. Quero matar a minha mãe. Quero matar os meus irmãos. Quero matar a minha avó. Quero matar todos os meus amigos, todos os meus inimigos. Quero matar toda a gente.
Cortei-os todos aos pedacinhos, juntei-os num monte, cobri-o com diluente, peguei numa caixa de fósforos, ouvi o barulho do rastilho a acender, deixei cair.

Encontro-me entre assassinos que deambulam à deriva, numa espécie de deserto, um terreno árido na América do Sul. Ao longe avisto uma casa. Vejo música a sair-lhe pelas portas e janelas.
Na minha direcção vem um velho com o olhar furiosamente fixado em mim.
- Yo soy el paraguaio y vengo aqui para te matar.
Não me conseguindo controlar, desato numa risada tal, ao ponto de perder todas as minhas forças, ele cada vez mais irritado aproxima-se cada vez mais de mim.
Eu rio-me cada vez mais, ele cada vez mais próximo.
Cada vez mais próximo e eu a rir-me cada vez mais.
Riu-me cada vez mais e ele cada vez mais próximo… Até que…
- Yo soy el paraguaio y vengo aqui para te matar.
- Para que? – Pergunto eu.
- Paraguaiohohohofo.
Com os olhos esbugalhados e uma expressão de horror, o paraguaio cai aos meus pés.
-Não me podes matar, ninguém me pode matar. Sou um anjo, feito de aço. Um assassino feito para matar, não posso morrer antes de cumprir a minha função.
Um anjo de aço feito para matar.



* ou um pressuposto manifesto a qualquer coisa presumivelmente importante...

Nenhum comentário: