“Na semana passada fui assistir a uma palestra sobre uma realizadora de cinema de quem nunca tinha ouvido falar e de quem nunca vi obra alguma. No entanto um mês foi o suficiente para perceber que naquela palestra estava perante um dos grandes monstros do cinema contemporâneo argentino, Lucrécia Martel, vencedora de grandes prémios internacionais e nomeada duas vezes para a palma de ouro em 2004 e 2008. O mais alucinante foi saber, entre perguntas e tentativas de encontrar uma posição confortável para poder assistir atentamente a toda a palestra, que por esta senhora, jurada em Cannes em 2006, este senhor poderia ter ganho a Palma de Ouro. Mas graças a pessoas como esta, esse possível não aconteceu”
Numa época em que se cria tanto alarido em torno daquilo que podemos chamar de novo cinema português, que espaço nacional tem este tal Pedro Costa, que mal se ouve falar, mas que em 2007 foi considerado um dos 10 melhores realizadores mundiais por uma revista da especialidade norte-americana? Esta pergunta faz ainda mais sentido quando me apercebo, que depois de 10 000km feitos, que o professor com quem vou trabalhar nos próximos tempos, bastante reconhecido no meio artístico argentino e principalmente espanhol, responsável por sucessos como Penélope Cruz e Javier Bardem, entre outros, é na verdade um dos nossos. Isto é: herdeiro como todos nós da herança deixada por esse tal Afonsinho pai e Viriato avô. Um portuga, tão portuga como outros tantos espalhados pelo mundo, que sem ninguém saber vão fazendo algo por eles e por aqueles que lhes sabem dar o merecido valor.
Tudo isto um dia antes de ter assistido, em castellano, ao Marinheiro de um tal Fernando Pessoa, que por acaso também é português, mas que a ele lhe dão o devido valor, menos mal. Não esquecendo o pormenor de ter sido um reconhecimento póstumo.
Oxalá que nunca nos falte uma Soraia, um Ronaldo e um Magalhães, sem esquecer o tão reconhecido multibanco e a Via verde que nos poupa tempo, mas nunca tostões…
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